quinta-feira, 28 de maio de 2020

A IMPORTÂNCIA DE SE TER UM PROPÓSITO ESPIRITUAL NA VIDA


A IMPORTÂNCIA DE SE TER UM PROPÓSITO ESPIRITUAL NA VIDA

Não há na vida nada mais importante do que a Busca Espiritual. Virá o dia em que aquele que aspira descobrirá que não há nada mais salutar do que ela. Isso é inevitável nessa Busca, cuja natureza essencial é a harmonia infinita e a paz ininterrupta. Nenhuma coisa deste mundo, nenhuma pessoa ou prazer poderá proporcionar a inteireza vivenciada como quando se experiencia a união com o Eu Superior.
Não são as necessidades animais, com as suas gratificações, mas a realização de nossas possibilidades divinas a oculta justificativa para a nossa presença neste mundo.
O incessante anseio por felicidade pessoal, que existe em cada ser humano, está correto, mas, em geral, está equivocado quanto à direção em que procura a satisfação. Pois todos os objetos e seres exteriores só podem proporcionar um prazer provisório e imperfeito, que nunca pode ser equivalente à ininterrupta felicidade da vida no Eu Superior.
Uma existência sem nenhum objetivo mais elevado do que meramente os materiais, nenhuma atividade mais nobre do que apenas as pessoais, nenhuma referência interior a um propósito espiritual dependerá apenas de seus limitados recursos pessoais. Terá ela falhado em beneficiar-se da sua própria conexão com o poder que há por detrás do universo.
Que a verdade sobre a vida seja mais profunda do que aquilo que vemos, ouvimos ou tocamos, é algo de que suspeitam as pessoas mais intuitivas, em que as pessoas piedosas creem ou sentem e que as pessoas mais sábias sabem diretamente. Aquilo que a história superficial nos conta não é tudo, dizem elas.
Ninguém que haja experienciado a vida filosófica por um suficiente período de tempo não irá provavelmente a abandonar. Somente aqueles que nunca a experienciaram de modo considerável, ou que não conseguiram compreender o real significado da filosofia, é que mais provavelmente retornarão ao mundo convencional para continuarem a ser criaturas prosaicas, insensíveis e sem aspirações.
Os humanos se depreciam quando não se importam com a dignidade de seu status, com os ideais que deveriam honrar.
Nossas vidas cotidianas então tornam-se mecânicas, em obediência às exigências do mundo, e nossas repetidas atividades diárias, uma tarefa árdua e constante. Isso, entretanto, só acontece por não haver nenhum propósito espiritual, nenhuma aspiração espiritual e nenhuma prática espiritual que possam gerar resistências a essa nossa condição na vida.
Nós, filósofos, somos considerados estranhos por nos ocuparmos com a busca de uma realidade intangível. Mas jamais ocorre a nossos críticos que é muito mais estranho que eles continuem a viver sem pausarem para questionar se existe algum propósito na vida.
Chega um momento no desenvolvimento do homem em que ele sabe que deve pôr de lado as trivialidades da vida e fazer frente às exigências que lhe são impostas pela sua natureza mais elevada.
Aquele que deseja fazer algo mais do que apenas deslizar sobre a superfície da vida mística, que deseja ficar totalmente em paz consigo mesmo, deve assumir a busca.
Colocar os propósitos pessoais em harmonia com o propósito do universo é a coisa mais sensata a fazer. Portanto, não há nada de pouco prático, irracional ou excêntrico na Busca. Só a multidão que não pensa, que cegamente sofre e tragicamente fica à deriva, é que pode acreditar nisso. Ninguém que tenha sentido a paz interna, que tenha recebido a profunda sabedoria e tocado a força que é firme como a rocha – paz, sabedoria e força que marcam os estágios mais avançados, poderia jamais acreditar nisso.
No momento em que nos convencemos que a vida universal possui um propósito mais elevado que a mera reprodução da espécie, nesse momento nossa vida individual adquire um sentido superior, uma gloriosa significância.
É o que dá às nossas pobres vidas pessoais o seu significado e as resgata do seu caráter efêmero. Pois é nisso que se encontra um conceito no qual a mente pode demorar-se, presa à lembrança das nossas possibilidades humanas. 


(PB – Notebook 2 – Cap. 1)
 
Assis Daniel
26 de maio às 09:14
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